terça-feira, 14 de agosto de 2012

O que acontece quando dois sóis se chocam? Uma explosão. Sim, mas isso é só o começo. Depois de tudo vem o silêncio e uma vasta escuridão, sons estremecidos, fragmentos nunca vistos, pedaços de dois mundos em demolição. Nada pode resistir a comoção das partículas, a desfragmentação do ar, ao pó supremo indivisível. A explosão é só o começo. Tudo o que vem depois tem um preço, e a força de tudo é o arremesso de cometas pelo espaço sideral.

Nós fomos dois sóis que colidiram. Duas vidas que se desintegraram do dia para a noite numa explosão anunciada. A poeira das estrelas é o fascínio que restou desta jornada, mas é também muito de boas e de saudáveis risadas. Eu não sei o que aconteceu. Eu busco apenas um espaço do que tive e que foi meu para que eu possa reconstruir meu universo. Tu eras o verso mais bonito de todos os meus versos e, de certa forma, ainda o és. Eu vejo agora que a vida nem sempre é bela, mas ela deve prosseguir. Eu também não entendo qual foi o destino que não nos fez eternos, mas eu quero brindar nos teus olhos por tudo aquilo o que sobrou, e pela alma de tudo o que de bom nós dois vivemos.

Quando dois sóis se chocam numa colisão inevitável, a explosão deve apontar um recomeço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário