quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Grampola o seu nome. Meretriz. Rosto pintado e cabelo emprestado. Falso? Batom vermelho e boca de veludo. Contudo algo de moçoila e de donzela, ou o que sobrou. Olhar fatal e natural, rápido como o vôo da perdiz. Corpo delineado pela roupa, provocante pelo todo. Grampola o seu nome. Flor de lis.

Pergunto-lhe quanto. Quanto? Levanta a mini-saia, ergue as pernas e se insinua. Então me diz: "não sou da vida, embora meretriz". Sinto a sua boca em minha boca, os seus lábios colorídos, a saliva de um beijo contigo. Meus olhos devoram por instinto, comem pelo olhar. No seu olhar eu também vejo o desejo, a paixão louca. A porta se abre e eu escuto a sua voz: "eu não beijo na boca."



Grampola o seu nome. Meretriz. Ela bate-me no rosto. Beija o meu pescoço. Virílhas. Abdômen. Suga tudo o que encontra. Eu sou uma presa em suas garras, seduzido em sua beleza, preso por sua teia. O total prazer é a minha condenação. A madrugada começa mas não termina a sedução. Ele me leva pela mão e diz: "deita". Eu obedeço. Se o céu existe - e existe - ele vive alí em sua buceta.

Tento beijá-la, mas ela esconde a sua alma. Toca-me como a uma cítara, zumbe em meus ouvidos. Eu ouço apenas os seus sussuros e gemidos. Eu não gozo. Ela goza, depois desaba o seu corpo em mim e ainda vestido. Respiração arfada, olhar de gelo, mas não cumprido o seu serviço. Fica de quatro e me convida. Seu olhar é um sal de rímel já escorrido. Pergunto-lhe onde. Onde? Eu não resisto. Me entrego por completo ao seu delírio.

Grampola: o seu nome. Grampola: meretriz.

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