sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A SINGULARIDADE

Mergulho submerso no meu universo, e o contraponto é o verso que se improvisa. Saboreio a vida em cada palavra e o meu coração é uma rima solta jogada ao vento, corda solta de viola, cardíaco batimento. Me assento nas bases de meu pensamento para entender a vida, as suas circunstãncias, o destino de cada um e de cada ser.

Como dizer para quem fica que a dor é apenas um desvario e que é preciso prosseguir, seguir a procissão das águas, mesmo que de inconstante forma? Como explicar para o que ficou que a vida é fruto do imprevisível, da fatalidade mórbida, da inexplicável circunstância do destino? Apenas a fé pode explicar o inexplicável.



Eu escrevo com o coração amortecido, sofrido, embora distante esteja desta singularidade. Ouço os relatos que me chegam e os ecos sussurrados de uma história recriada, recontada, perdida da verdadeira história. Meu pensamento delimita o tempo, contrapõe-se ao silêncio, cala-se ao consolidado fato.

Eu escrevo, mergulhado no meu universo inalterado. O meu verso é apenas um reflexo deste todo episódio fático, mais um dentre tantos nesta vida, apenas este um pouco mais próximo de mim. De tudo o que restou eu entendo que é apenas a fé que nos faz seguir adiante, não a fé da religião, mas a fé da natureza humana.

Independente a tudo, o sol ressurge no horizonte.