quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Primaveril

Numa manhã de primavera. Assim eu te espero no tempo, ao relento, sob um céu de estrelas prateadas. Estou germinado, sofrendo uma metamorfose constante, me tornando um novo ser poético. Eu não penso no passado, nas águas que se foram, nem nos sonhos que deixei pra trás. Eu te espero em uma nova manhã de primavera. Semeio sementes boas e de bons frutos, pois o tempo se encarregará do resto. Eu sei o que queres e sei o que quero. Eu apenas te espero.

Nesta manhã tu vens vestida para mim, com flores no cabelo e pelas mãos. Tu conduz-me pela mão, e eu te recebo. E nós somos um novo tempo, amadurado. Teus cabelos são girassóis em cachos, crisântemos amarelados, um campo vasto de flores de algodão. Eu te percebo. Tu vens vestida para mim, e eu enfim te estendo a mão.


Teu rosto celestial e angelical não mais escondo, nem mais de mim, nem do verão. Tu és do meu verso agora o meu refrão, a rima rica que eu encontrei na estrela D`alva. Uma jóia rara como já disseram para mim. Enfim, depois do fim há um recomeço, e eu por fim te abro as portas do meu coração. Eu já não tenho razão para ter medo. Dos teus segredos eu já sei o que me basta.

Por entre as flores tu agora és a minha flor, e eu não irei te dividir com mais ninguém. Eu serei o teu senhor e tu serás a minha dama, e nada no mundo será capaz de nos impor. Seremos asas de condor sobre o destino, e escreveremos juntos, desse amor, a bela história. Amor de glórias, amor de sonhos e quimeras, amor de primavera. Por entre as flores tu és agora a minha flor. E para ti estão abertas as portas do meu coração.

Entre, por favor. Entre, sem bater.

Nenhum comentário:

Postar um comentário