sábado, 19 de maio de 2012

Um gladiador eu fui, hoje não sou mais. Sucumbi ao destino dos cristãos em seu temor. Meus pecados todos foram medidos e pesados, e eu fui condenado ao tormento da consciência. Há muita mágoa em mim agora, mas também amor. Há muita dúvida em meu coração, mas também esperança. Controlo tudo o que posso, mas quando a vida se dispersa, me desespero.

Penso que agora já aceitei o meu destino. Pois eu fui um gladiador e não sou mais. E neste Coliseu que abrigou meu sonho eu te renego, e digo-te que tudo não passou de uma ilusão. E o fogo que nos queimou avassalou os verdes campos de minha alma. Na terra arrasada nova semente vai brotar eu sei. E mais amarga. E forte como a rama que queimou e que rebrota vigorosa. E firme como a raíz que não secou porque foi fundo. E serena como a primeira folha que avistou em seu ventre a nova luz.

Eu fui um Gladiador. Hoje eu sou a minha própria fortaleza.

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