sábado, 26 de maio de 2012

Eu hoje amei uma estrela. Ela caiu em meus braços, bem em frente da igreja onde eu estava. Eu sempre olhei para o céu e pensei em amar uma estrela. Mas eu não pensei que fosse possível. Uma estrela não cai do céu porque a queremos. Uma estrela não cai do céu apenas porque pedimos. Mas a minha caiu. E em meus braços. Em frente da igreja onde eu pesava os meus pecados.

E nos beijamos freneticamente. E nos tocamos. Apenas um gato veio ver o que fazíamos, e como um mestre da geografia dos telhados, ele sumiu. Nem mesmo o vento, nem mesmo a lua, nem mesmo a noite. Ninguém parecia disposto a nos julgar. Os cristãos dormiam em suas casas, mas, detrás das janelas, o que estaria? Eu amava uma estrela que caíra em meus braços, e o cheiro de seu sexo em minhas mãos me alucinava, o seu olhar me provocava. Uma estrela tem as mãos de fada, um gosto de acuçenas, e um olhar que é o próprio mistério do desejo. Eu não resistí aos seus encantos. Entreguei-me com o meu coração e a minha alma. E nos amamos sem pensar nas consequências, eu e a estrela. 

Sim. Eu amei a estrela que hoje caíu em meus braços; Mas já estou só, que ela, como sempre, voltou ao firmamento. Então eu abro a minha janela e durmo, na esperança de que ela caia agora em minha cama, e para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário