Na praça da Alfândega ele parou. Me perguntou se eu gostava de sua imagem sobre o bronze, e não esperou sequer a minha resposta. E eu o seguia, conduzido por um mar de poesia e encantamento, compreendendo por fim a minha própria alma. E em silêncio eu vi a mais bela das cidades, conduzido assim pelo mais belo dos poetas. E por onde passávamos a poesia florescia, como se andássemos sobre um livro em branco, em construção. Em frente ao Majestic ele parou. O seu olhar mirou o antigo hotel como se olha algo estimado, e então ele me disse sobre o amor: Só o amor perdoa a tudo. Só o amor perdoa o próprio amor. Mas esteja preparado ele me disse, pois o ato de amar é bem mais fácil que o perdão.
Um olhar de paz reveladora ele me deu. E pelas portas do seu antigo hotel ele adentrou, sorriu, e sumiu. E foi assim que eu conheci a Porto Alegre de Quintana.
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