
Eu faço mal ao meu amor, sou egoísta, ruim por natureza. Causo mal às pessoas que me cercam e as tuas palavras são a certeza desta constatação. A ilusão de ser não é maior do que a dor que isso causa em mim, o que, por fim, é o que interessa. Primeiro sentimos o peso da inércia e só depois a solidão, então a cortina da alma se fecha. E eu não consigo sair das trevas quando me perco nelas, e confronto o lamento e o tempo do teu olhar.
O teu passado me atormenta, mas eu relevo tudo o que consigo. No improviso das madrugadas mal-dormidas eu te procuro em minha cama e nos amamos. E só na glória deste momento é que eu compreendo que tudo é menor que o meu amor. Mas mesmo assim depois de tudo eu te condeno. E me condeno. E nos perdemos na tradução e no conflito das palavras.
Eu não sei voar. Ensina-me a caminhar por sobre as águas.
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