
De onde viestes? O meu olhar procura por teu rastro e sequer encontro as tuas pegadas. Na mata eu me afundo no destino, enquanto a tarde ensolarada abafa os meus pensamentos. Eu sonho com o momento em que irei rever-te. Sou um tolo às vezes, mas quem não o é? Eu sou um homem sério, mas tu me fazes rir de mim mesmo e do meu jeito, e isso talvez seja o teu encanto. Encantado estou pelo teu canto, e se me espanto com o que me dizes é porque nunca sei o que dizer.
Não existem canais para um encontro, nem pouso ou embarcações. Nem aeroportos. Tu és o sol e eu sou a noite, tu és a lua e eu sou o eclípse, tu és um rio e eu sou uma cacimba. Nossa semente vai germinar onde encontrar terra ferída, e um dia seremos flor e fruto, amor e alegria. Eu te procuro pela mata vírgem, e em cada reboleira eu encontro uma vertígem. Somente quando encontro a minha paz eu te reencontro. E tu me recebes de braços sorridentes e abertos. Dos interiores de mim eu te percebo. Nos meus interiores tu me habitas.
Seja bem vinda ao mundo, minha musa. Obscura e bela, misteriosa poesia.
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