quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eu sonho com um poema fantasma. Um poema de cruz. Um poema vivo. No improviso de minha alma eu sonho com a morte contracenando com a vida. O cenário é um contratempo: um cemitério. Os galhos de um Salseiro balançando ao sabor do vento; uma cruz de ferro; uma lápide fria e um batistério já esquecido. E tu sobre um túmulo: o corpo efervecido, contorcido de calor e de desejo. Vivo. Eu te procuro com o olhar, e os teus olhos são um convite para o que vem depois. Eu escrevo um poema fantasma. Um poema de cruz. Mas tu, quem és?

Tudo é lúgubre e cinza, mas o luar nos abençoa; Tudo é silêncio de saudade, mas a tua boca me consola; A devassidão da noite é doce e perfumada, e tu é a causa. As cruzes apontam e furam o céu, e eu vejo estrelas que antes eu nunca havia visto: uma ao sul, outra à leste, e outra com o nome de Taren. Tudo é lúgubre e cinza, mas o luar nos abençoa. Eu te seguro pelas mãos. Tua boca cola em meu corpo, e o teu olhar é um convite para o que vem depois. "Vem!" - Tu me dizes - "Que não existe o pecado. Entre nós existe apenas o amor."

Eu te tomo em meus braços. Teus olhos marejam os meus, e eu me entrego às curvas do teu corpo...

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