sábado, 28 de julho de 2012

Para você é este poema. O meu presente. Para ti que foi, que és e que serás. A cor da manhã envolve o teu sorriso, e tudo é parte do impreciso movimento desta vida. Eu escrevo para ti neste dia, nesta madrugada fria em que minha alma se perdeu de mim. No fim de tudo, tudo é um eterno recomeço, e eu já não peço de volta o que se foi. Mas escrevo para descrever teu movimento: a dança que é, afinal, o que nos restou. A dança do vento, a dança do ventre, daquilo o que apenas importou: o amor.


Para você é este poema. Tardio. Oculto. Esbelto. Analfabeto em seus contrastes porque diz o que quer ser, mas sem saber quem é. Pois foi assim que José de Arimatéia recebeu seu esplendor; E a dor que eu sinto é algo como o Gris: ninguém a vê, ninguém a viu. E eu penso que ela de mim já se escondeu.

Para você é este poema. Tardio. Esbelto. Desproposital. Um elo atemporal que se reflete em movimento, como um rio teso que ruma com destino ao mar. Se estar assim é um desatino, eu já não sei qual é a razão. E só eu sei o que perdi.

Para você é este poema. Desafeito em seus versos. Destronado. Carregado de mortal beleza. Abra a sua caixa de facetas multicores: esta foi a única maneira que eu encontrei de te mandar este buquê de flores.



      

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