domingo, 1 de julho de 2012

Eu hoje não consigo escrever. O que tem sido para mim um mar hoje é uma tempestade. Sobre mim um raio e um clarão de assombros e devaneios. Eu leio a bíblia: "estou como água derramada, e meus ossos se desconjuntam. Meu coração está como cera, derretendo-se dentro de mim. Minha força secou como argila, e minha língua colou-se ao maxilar..." Eu sou assim. Estou assim. E o Javé que o livro fala parece, às vezes, que não sabe que eu existo. Mas eu sei que sim. Eu não perco a esperança e nem a minha perseverança.

Eu hoje só consigo pensar. E penso nas coisas que habitam o mundo e nas que me habitam. Eu tenho amor em mim, e tenho muito. Eu tenho a glória da incerteza também. Eu não sei o dia de amanhã, e isto é, para mim, uma bênção. Eu me perdoei pelos erros que causei. Eu me penitenciei. E minha alma e minha poesia ganharam a maturidade do tempo. E os dias que virão serão bonanças para que eu saiba valorizar o que tive. E para que eu encontre sabedoria para guardar o que sobrou.

Eu tenho em mãos um universo. Eu tenho em mãos a maturidade do tempo.   

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