domingo, 10 de junho de 2012

A vida é uma sucessão de perdas, já dizia Schopenhauer, e quanto mais vivemos, mais perdemos. Perdemos desde o dia em que nascemos, num caminho sem volta para o final de nosso tempo. Nesta jornada perdemos o que amamos, o que queremos, e tudo o que mais desejamos. Mas este é o ciclo infinito da vida, e nada se pode fazer quanto a parar o tempo. Mas podemos amar. Que só o amor é capaz de superar a perda. Se o amor existir, tudo se torna suportável. E levamos para a frente tudo o que de bom ele nos deixa.

Eu te digo, amigo, que tudo o que deves levar é o amor. A lembrança de tudo o que foi bom e de tudo o que tu puderes viver, pois não se vive tudo o que se pode numa única vida. Os dias que virão serão mais amenos com a passagem do tempo, e mais leves com a presença dos amigos que ao teu lado partilharam da tua dor e das tuas lágrimas. Um anjo sempre cai do céu quando menos contamos com isso, e nada, nada neste mistério acontece por acaso. Eu te digo, amigo, para seguires em frente. É lá que se acham os melhores dias da tua vida. Olha para o céu que se transforma. Olha para o lado e vê a vida que passa. Que se remoça nos olhos da moça que te fita. A tua estrela estará sempre ao teu lado, e mesmo as estrelas precisarão muito de ti. Te refaças, que a vida é o bem maior da poesia, e tu tens o dom de celebrar a vida nos versos e nas canções que habitam a tua alma.

Eu te digo, amigo, que tudo o que deves levar é o amor. Eu te digo, amigo, para seguires em frente.

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