sábado, 9 de junho de 2012

Amadurecer o tempo. Somente os que vivem são capazes de amadurecer o tempo. O tempo de cada um. O tempo de plantar e semear. O tempo de colher. A vida é uma sucessão de tempo, de dias felizes e de outros, nem tanto. De sonhos que se fazem e dos que se refazem. E daqueles que ficam pela metade. Nesta engrenagem comandada pela rotação da terra, o universo conspira para a eternidade. Porque somos poeira das estrelas. Grãos de areia num cosmos de mistérios e de adultérios, onde tudo é inconsequente e imprevisível. Assim é o tempo. Ele não respeita as leis da física.

Mas eu preciso de tempo. Tempo para amadurecer os meus sentimentos e clarear o meu coração. Para que eu possa compreender a dimensão em que me encontro, o desalinho de tempo em que me acho, a aurora boreal a que persigo. Eu sou a poeira do universo, o nada indivisível de meus atomos, a lei da mecânica que já nem sustento mais. Se Einstein me ouvisse ele diria: amadureça o tempo, pois que nas complicadas equações do amor, tudo é relativo. Então eu não te peço, mas te digo: amadureça o teu tempo. Que o meu está entregue ao turbilhão de uma super-nova em formação.

No final de tudo um novo sistema solar irá surgir. E eu vou poder dizer-te onde me encontro.




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