domingo, 3 de junho de 2012

Domingo de chuva. O tempo é eterno e constante. Eu penso no que a vida tem me mostrado todo o dia. Caminho pelas avenidas da cidade enquanto uma garoa fina molha o meu rosto e os meus cabelos. E nada é tão tranquilo quanto tento parecer. Meu coração transborda, inerte ao movimento intenso do universo. Estou perdido. Não sei qual o caminho a seguir, mas sei que ir em frente é a única alternativa. E vou, passo por passo, embora a estrada que me leva não revele o meu destino.

Meu coração tem andado ensimesmado, assolado por paixões. Eu sei da dor e do sofrimento que ele causa. E eu sei que tudo não lhe pode ser indiferente. Mas o que fazer? Meu coração destrói tudo o que toca, embora eu esteja transbordando amor. Eu penso que é hora de partir. Deixar de causar sofrimento a quem amei e que me amou. E somente o tempo poderá dizer-me se estou certo. Eu sou um andarilho que nasceu para viver só. O amor que me transborda nunca coube em mim, e eu sempre o procurei sem encontrá-lo. O amor é um coração que se desenha sobre o vidro. Embaçado, invisível, introspectivo. Eu já não vejo o amor em mim, mas ainda sinto as suas marcas. Suas dores ferem fundo no meu peito.

Onde estás, meu coração? Por onde anda o meu amor? Caminho em desalinho pelas ruas da cidade em que habito. A chuva mansa molha e fere os meus cabelos. E eu preciso me encontrar.


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