sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Talvez a cor da manhã envolva o teu sorriso, e o teu carinho é um bálsamo de paz para a alma conturbada do poeta...". Tu te lembras, amiga? Estes versos - um dia - foram feitos para ti. E tu fostes neles uma paixão não florescida que habitou profundo o meu coração. Distantes são os dias deste tempo, mas eu ainda sinto a força que eles trazem: o tempo de um momento que ficou no ar. Parado. Um quadro emoldurado em teu retrato. A vida é um rio que corre contra os dias, e os nossos caminhos neles se tocaram; E eu sinto em mim o gosto do beijo que eu nunca te dei, e o calor do abraço que eu nunca ousei te estender. Hoje tudo tem o sabor da nostalgia, e a inocência destes dias me faz te recordar. Tu te lembras?

Nós nunca fomos amantes, e se amigos, pouco nos falamos; Mas somos cúplices de um momento que nunca aconteceu. E isso é o que de mais belo nos valeu. E depois nós nunca mais nos vimos, mas o tempo guardou de nós a pura essência. Veja: as palavras que me salvam, agora me escorrem pelas mãos e eu não consigo coordená-las; A tua imagem me invade a mente e eu não quero renegá-la; O teu olhar adentra o meu coração e eu lhe abro as portas. Nos nunca fomos amantes e nem sequer amigos, mas somos cúmplices de um momento que nunca aconteceu. Talvez por isto esta magia. Talvez por isto esta emoção. Meu coração está feliz por perceber que tu és para mim a mesma menina de antes, e que eu sou o mesmo poeta louco e sonhador de sempre.

Tu te lembras, amiga? Eu me lembro de ti com o mesmo olhar.      

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