terça-feira, 21 de agosto de 2012

Poema Luminoso

Iluminado poema. Luminoso poema. Radioso. Essência de luz. De tanta luz que não o compreendo em sua essência, nem em sua dimensão. É o maior dos versos de um poeta, o que se conduz e se destrói. Suas formas são basílicas construídas pela fé, mas misteriosas. Eu preciso vê-lo, tocá-lo, mas bem aventurados são àqueles que mesmo sem ver, o percebem. E o compreendem. E o tocam na sua cor âmbar. Iluminado poema. Radioso de Luz. Luminoso. Eu o queria, mas não posso tê-lo. Ele é mais terno do que a água, mais puro do que eu. Ele é o sumo da montanha da poesia a qual eu escalo todo o dia mas que, como Sísifo em sua tragédia grega, nunca alcanço ao topo. E sou apenas mais um dos alpinistas que conquistam a base, mas nunca a glória de um verso iluminado. Eu o queria, mas me contento em conhecê-lo.

Por vezes eu encontro raios de luz em meus caminhos, e me emociono. Eu vejo este poema toda a noite em meio aos sonhos, e sonho com o dia em que ele virá a mim, pois um poema assim escolhe o seu dono, nunca o contrário. E mesmo a ele, diante dele tudo é um corolário. Um rosário de aversões e ascenções. Um sol que brilha aos homens, indiferente. A alma humana é o seu presente, e é a ela que ele fala. Eu o queria, mas me contento em conhecê-lo. Ele não caberia em minhas mãos.

Iluminado poema. Radioso. Essência de mim.

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