quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Silêncio da Janela Abandonada

O que se esconde por detrás do silêncio da janela abandonada? O que se oculta do outro lado da face de suas vidraças? Um codinome onipresente ou simplesmente uma canção cigana? Eu acordei nesta manhã assim, repleto de indagações insanas. Sensações desvirtuais derivadas de um estado de ânimo incontrolável, revel de minhas reais necessidades. Eu estou enigmático pela janela fechada de uma casa abandonada.
 
A  paisagem que a cerca me observa. Eu bebo na sede de encontrar a calmaria, mas transpiro em demasia. O que se esconde por detrás desta janela? Que vidas e mazelas debruçaram-se aqui antes de mim? Sobre o desbotado azul de arestas portuguesas, alguém ali um dia já pousou o seu olhar. Mas, agora, a janela  apenas é a marca de um tempo que passou.
 
Tu me ouvistes? O tempo passa. Nada me afasta do olhar os devaneios, e a poesia do momento me redemunhou. Eu só penso no que há por trás desta janela abandonada.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

LUMINARES DE OUTUBRO

Abro este manuscrito sob os luminares de Outubro. Mês lúdico, do peso, da balança e do escorpião. Meu coração segue o farol da tempestade e eu tenho, enfim, uma rota definida. A rocha incontida segura o peso das ondas, e minha alma navega agora em mares conhecidos e geografizados.

Os luminares de outubro me apontam o rumo, e eu sei onde estarei no dia do amanhã. Dos contrafortes de uma ilha distante no oceano azul eu me ponho a navegar, por sobre as ondas de um mar agreste e malicioso, mas já não mais assustador.

Termino este manuscrito sob os luminares de Outubro. Nada no mundo é capaz de me deter. Eu tenho comigo a força do querer, o motivo que me traz motivação. As velas de minha caravela estão içadas e, ao leme, eu já manobro à barlavento. O farol de outubro aponta o destino de um novo tempo.

"Navegar é preciso..."