segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Explícito era o céu: desnudado de beleza. Relâmpagos e trovões cruzados numa tempestade de verão. Explícito era o cenário: de pecado e de incerteza. O perígo constante rondando a natureza da genética, mas, e se não o fosse, teria graça? Teus olhos por sí dizem que não.

Explícito era o teu corpo: nú, exposto e aberto por meu sexo. De costas para mim tu fostes minha, e eu fui o teu senhor. Teus cabelos cacheados exalavam estranho odor, e em suor os nossos corpos não viam a chuva que caía, nem o barro em que pisavam, e nem o amor que florescia. Explícita era a tua alegria. Explícita era a força com a qual eu te colhia. Explícito era o que você me pedia.


Explícito foi o que eu quis e te exigi. E eu não te fiz mulher, nem mesmo alí. E num revés de fúria eu te amei em minha boca, e tu gozou por minha boca, e de tua boca foi explícito o que eu ouvi. Pois eu nunca te vi como menina, e nem o quis. Que tu és uma mulher por sobre mim, e sobre ti eu só compreendo os meus instintos. 

Explícito foi amar-te sobre a chuva, num céu de estrelas em fuga, de relâmpagos, trovões e tempestades. Explícito foi amar-te em todas as portas, de todas as formas, sem o vício do que é certo e o que é errado. Foi explícito mas não foi pecado. Foi intenso e não foi recato. Foi selvagem mas também foi delicado. Tu não és um anjo. Eu não te vejo assim. Eu te vejo como a mulher que tu és em mim.

Explícito foi o que eu quis e te exigi. Explícito foi o que da tua boca eu ouvi.  

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