terça-feira, 28 de agosto de 2012

A espada do destino

Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Emprestada é a espada que eu empunho, e com ela eu afio os meus apreços. Desprezo o lixo da hipocrisia e liberto da prisão pássaros presos. No dia do juízo eu me defendo, mas não para justificar-me de onde errei. Eu pago por mim e os meus defeitos, por meus desejos traiçoeiros. Eu recomeço. A vida é um atropelo e poucos são os caminhos que me absorvem. Escuto rumores e palavras em choque, pelas costas, nas sombras. Mas eu não tive medo de seguir os meus caminhos, então não fale mais de mim. Segue o teu destino. A espada que eu empunho é emprestada, e eu não a uso para justificar onde eu errei. Eu recomeço.

Eu só defendo o que quero. Não me entendas mal, afinal somos poetas. No samba das canções que nos inquietam está o paraíso, e eu não preciso de um rival, mas de um amigo. Eu não compartilho e nem divido o teu espaço, ele é somente teu. No coração de uma mulher há espaços para amigos e amantes, para loucos e confidentes, mas também para maçãs e serpentes. Somos iguais, muito embora diferentes, pois amamos o mesmo coração. Eu não escreverei outra canção igual a esta. A festa acaba aqui contra os meus versos, e o meu silêncio será a tua paz ou o teu ressentimento. Mas não te afastes. Deixa a coragem e a vertigem se pesarem. Deixa de lado o orgulho besta que sempre nos empresta. O que é certo? O que é errado? Somente a poesia é o que interessa.

Chegará o dia em que tudo vai estar posto e encerrado, e seremos apenas lembranças esquecidas num retrato. E nada mais.

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