quinta-feira, 27 de março de 2014

O DIA DO JUÍZO

É madrugada. O mundo dorme embalado pelo peso estelar do universo, em rotação constante. Tu dormes, e o teu corpo é um escaler num oceano de paz e calmaria, onde a vida se apruma e toma um  rumo definido, radiante, depois da tempestade. Era o que eu pensava, e juro que sim, era o que esperava. Mas nada é o que parece nesta vida efêmera e miserável: a montanha russa vive em ti e em tua alma.

Eu não quero mais a palma deste manicômio. Cômico é o meu retrato no espelho por esperar algo diferente de tua verve, inconstância vida, influenciada por anjos e demônios. No outono deste dia eu escrevo o que será o meu caminho agora: divergente, sem volta. Eu já vivi o suficiente para saber o que me espera, do que te espera, o que afinal pensei moldar e ser capaz. É inglório o meu infortúnio.

Eu me entrego. Abandono o barco como o dizes. Pouco importa, a porta da razão é a minha ciência. A vida é simples e a minha crença é justa: eu não busco um sonho na utopia, não faço do amor a hemorragia, não desintegro a minha alma numa busca sem sentido. Eu suporto a minha dor e o peso da existência, mas e tu? Pisas num chão de areia...

Eu irei romper a minha última fronteira.   

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