sexta-feira, 15 de junho de 2012

Tu me pedes um poema. Eu não escrevo. Eu apenas agora repenso o meu caminho. Meus poemas todos se perderam na última rima que eu te dediquei. Eu não vou mais te descrever, escrever para ti o meu poema, dedicar o que de mim há de melhor. Não, eu não quero mais. O meu caráter arrogante não permite que eu te dedique mais de mim, o que eu o fiz por longo tempo, embora tu já não consigas ver. As palavras são feras férteis, punhais afiados que sangram e dilaceram um coração. E eu tenho em mim um punhal de sangue, embora eu saiba que também há punhais em tua alma. Mas eu sei. E isso é para a poesia a esperança.


Eu escrevo para mim agora. Apenas para mim. Meus caminhos eu ainda não sei como serão, mas seguirão o destino dos rios correntes que desde às nascentes buscam o mar. É para lá que eu vou. É lá que eu estarei. Eu agora repenso o meu caminho. Meus poemas estão livres, libertados. Minha alma vai buscar um novo porto para ancorar. A poesia, agora, será a tua última lembrança.

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