sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Natal

Espero o natal que chega com o teu cheiro. Espero ensimesmado o teu olhar chegar ao meu e estou completo, realizado, badalado como os sinos de Belém. Nada além disso eu quero para mim neste natal: apenas o teu cheiro, o teu sexo, a tua alucinada forma de amar. Estou como o mar batendo nos rochedos, enredado em meio a pinheirais enfeitados de azul e de vermelho, absorvido pelo mais nobre sentimento do amor.

Eu quero de presente apenas o teu calor, nada mais de dor ou sofrimento, nada mais de pequenos desentendimentos. Eu quero o renascimento. Quero renascer em ti em cada novo amanhecer, amar o teu corpo e ser por ele amado, transportado num trenó ao paraíso. Eu escrevo de improviso com toda a força do meu coração neste natal, o primeiro, no tempo eterno de nossos sonhos viageiros. Eu não quero de presentes chocolates ou brinquedos, eu quero apenas o teu cheiro.



Teus olhos cintilantes enfeitam a minha árvore de natal e nele todo o mal torna-se bem, todo o céu torna-se um sol, toda a luz um farol. A minha confiança aumenta a cada dia e em ti eu deposito a minha esperança, a minha alma, o meu sincero coração. Eu quero apenas o teu calor neste natal, enrolado num vestido verde, enredado de fitas e com bordas de cetim. Tu és e serás sempre o meu maior presente.

Eu escrevo uma carta ao papai noel pois que ele existe. Eu tenho andado triste, mas quando tu chegas meu espírito se enche de alegria. Eu quero a alforria para a minha liberdade e para sempre em mim a tua mocidade e o teu desejo. Meu orgulho impede de dizer-te tudo o que vejo, mas mesmo ele não esconde mais o meu segredo, aquilo o que eu guardo comigo e que deixo para ti como um presente, o que deveria ser dito com uma voz de anjo: que eu te amo.

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