domingo, 15 de dezembro de 2013

O Silêncio da Madrugada

Escrevo no silêncio da madrugada. Escrevo na calada da noite, noite negra, asas de graúna num véu de sombras. A minha alma se apequena na solidão noturna, e eu limo versos perdidos e desafinados. Desmantelado estou na madrugada, entregue ao destino, acalmado pelo som dos grilos. Estou como o andarilho à procura do calor de sua amada.

Tu dormes, amortecida. Eu vejo o teu corpo e posso sentir o teu hálito, o farfalhar do teu ofego respiratório. Três responsórios eu proclamaria agora se ainda soubesse rezar. E enquanto dormes, eu sonho acordado. A minha alma se afunda na solidão noturna, soturna, introspectiva. Minha vida é um rol de lembranças e de inquietações.

 A vida é um céu iluminado, rastro de estrelas. O tempo é um barco ancorado, passageiro. Eu sou o romance escrito na janela de uma casa branca. Nada de formas ou conquistas, nada de barganhas. Lá fora é apenas a lua quem me visita.

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