O legado que tenho é o tempo. Um sentimento tardio, porém intenso. A curvatura do universo me ensina que tudo é relativo, e Einstein em sua alucinada teoria assim já o profetizou. Mas o que é o tempo? Um relógio que gira sempre na mesma direção? Um simples pedaço de uma dimensão que ainda não compreendemos? A passagem do tempo é inexorável.
Eu olho e vejo tudo o que passou. Estou preso ao instante atual e nada do que foi e nada do que virá está agora em minhas mãos. Me sinto uma folha seca em meio a uma tempestade colossal repleta de raios e trovões. Eu vejo a vida cruzando por meus olhos numa constante, num rio de fatos cotidianos e comuns, alguns em riso, outros em pranto, e vejo que é o tempo o que afinal nos aprisiona.
O destino é limitado pelo tempo, e a dimensão do tempo, do espaço-tempo que nos cerca, tudo talvez seja apenas uma simples impressão. O relógio que vejo correndo para frente pode estar voltando, e nós, seres humanos, talvez estejamos enredados no conceito de um teorema sem saída. Afinal foi a Física Quântica que evolucionou o mundo em que vivemos.
Eu caminho para algo que desconheço.
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