Estou na estrada. Sob o meu olhar a imensidão de um continente imerso num céu azul, iluminado pelo sol do arco íris. Distâncias espalhadas na paisagem agreste de um país rural, de povo acolhedor e simples, de rebanhos de ovelhas a banir na tarde, de tropas de gado e de tropilhas de cavalos forjados no rigor das estações.
Estou no mundo, em algum lugar entre Salto e Taquarembo, em meio aos contrafortes de uma serrania magnífica que fervilha em vida. Aqui, resiliente de tudo, eu me confronto e me compreendo. Longe de casa eu estou, mas o meu coração sente a segurança e o amor incondicional por esta terra, dizendo-me que não é impossível amar a duas pátrias.
Eu respiro o ar das campinas aclimatado pela relva verde e solitária. Minha alma se emoldura na paisagem verdazul prestes a chegar ao sol. No topo do continente eu diviso a dimensão do que sinto, e na imensidão do que vejo eu aceito o meu destino.
Eu tenho um coração de duas pátrias.
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