quarta-feira, 25 de julho de 2012

A lua está sem alma. Ela emprestou o seu sorriso aos teus lábios, e hoje tu estás triste. Eu olho a lua e me sinto culpado, pois eu não consigo te alegrar. Se me afogar num mar de tempestades te fizesse sorrir, nele então eu morreria. Tu não vês o que tu causa? Se estás triste, a lua não sorri. Ela perde a alma e a noite avança sobre a terra montada num corcel de sombras. Mas eu não te culpo, embora, por vezes, eu não te entenda. É que eu sou poeta: eu só entendo da lua.

Eu sei. Tu tens todo o direito de explodir como um sol numa tempestade magnética que leva todos ao redor. Tu tens o dever de dizer aos que te cercam que ouvir as mesmas coisas todo o dia às vezes cansa. Toda a fortaleza tem os seus pontos fracos, e mesmo um castelo de luz resplandescente guarda em sí algumas sombras. Tu não podia ser diferente. Mas me diz o que te aflige, se eu não vejo. Mostra-me os caminhos que eu não enxergo, que eu quero viver o eclípse de sombras que te assola, e te ajudar. Eu te estendo a mão: aceita. Não é hora de orgulho bobo ou de desfeita. A lua está sem alma no céu, e tu não vês a causa?
É porque tu és uma vertente de luz que está encoberta; Um cometa incandescente que caiu do céu e se enterrou na terra, mas que sabe que alí não é o seu lugar. Já é hora de acordar - doce menina - pôr na mala novos sonhos e lutar por eles; Brigar por eles; Sorrir para os que vierem; Dar adeus aos que se vão; A vida é calendário de dias que se sucedem em procissão, e por vezes somos nós que devemos virar a página. 

Olhe para a lua agora: ela emprestou o seu sorriso ao teu olhar. Mas basta que um sorriso apareça nos teus lábios para que o meu mundo seja salvo.
  
                                                                        

Nenhum comentário:

Postar um comentário