segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Versos de Outubro

Um verso para outubro. Outubro vermelho. Outubro negro. Um verso para sustentar um castelo, para salvar um naufrágio, para oferecer aos deuses do coração. Eu escrevo com o calor da emoção que me comove, que me liberta e se liberta das amarras de minha alma, saindo de onde eu julguei não mais existir vida. Como um czarista eu refutava outubro, mês de revoluções, mês de reverência.

Eu saúdo outubro com as flores de uma primavera entardecida, resolvida em seus odores e perfumes. Eu brindo o calendário com o vinho que os meus próprios pés esmagaram. Eu ofereço a ele o meu cadafalso. No rastro de setembro este outubro que chega me traz garoa e tempestades, céus de cinza enegrecidos e caminhos borrados num horizonte gris. Mas misteriosamente eu estou feliz, feliz e sorridente, rindo sorrateiramente. Eu estou como àquele que ganhou dentes novos e que saúda a vida com um copo d'água, fazendo de cada dia uma nova celebração.

Sejas bem vindo, outubro! Mês de meus trinta e tantos anos, sejas bem vindo! Eu te recebo de braços abertos, com a alma cheia de poesia. Construiremos juntos o meu mais lindo verso, num poema novo repleto de novos ventos e alegrias. Ventos de mudança, alegrias que reascendem grandes esperanças. Meus cachorros dormem ao meu lado, e um novo amor parece florescer dentro de mim.

Outubro, sejas bem vindo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário