domingo, 5 de maio de 2013

A morte do amor Aniquilado

Quando se quebra um espelho são sete anos de azar. Mas, quando o que se quebra é o coração, o que será? Padeço de uma dor imensa neste instante, de tão intensa e tão constante que minhas lágrimas são o próprio sal. Por mal ou por bem nem sempre o querer é o que importa. Às vezes é necessário matar o amor apodrecido, aniquilar a sua raiz e destruir o seu suplício.

Me ponho no lugar de uma cabeça prestes a ser guilhotinada: nada nos meus olhos, um sentimento de vazio e uma enorme sensação de estar vencido. Sob o cadafalso deste amor eu sinto a chegada do meu infortúnio. Não mais por ele insisto. Me esmero apenas em não querer sofrer, mas já não consigo permitir meu riso. Eu estou antes de Dante: entre o inferno e o paraíso.

Caminho no limbo, sobre o limo dos meus pés cruzados. Afagos e arpejos são apenas ilusões para o meu tempo, pois já não traduzem o meu olhar. Eu estou ferido na alma, morto e sufocado, sem ar. Na beira do fogo o calor queima o meu pensar, mas, perdido, eu me vejo agora derrotado. Nada mais importa. Meu coração está sangrado e repartido, o amor dividido em seus pedaços.

Eu sou o próprio amor aniquilado.

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