quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um Olhar para o céu Noturno

Eu penso no espaço sideral. Olho para o céu e mergulho num mar de estrelas longitudinais enquanto na televisão o jornal nacional anuncia um reality-show em marte. Viagem só de ida. Viagem de colonização. Viagem na profana busca dos humanos por uma constelação de vaidades. Mas eu olho para o céu com um ar de arqueólogo. Numa imutável rotação o universo conspira ao meu favor.

De onde viemos? Eu penso que foi de algum lugar do espaço, no rastro de algum cometa destruído ou no centro de alguma nave espacial. Eu olho para o céu noturno e busco uma explicação para as minhas ancestrais vicissitudes. Na imensitude do cosmos se esconde o meu sorriso. Improviso um verbo em corda solta enquanto o silêncio do universo gira sobre mim como um pião.

Eu me sinto como uma peça de gamão sendo movida. Um peão num jogo de xadrez que é descartável. Incansável é o meu querer, infinita a minha vontade de saber, mas insignificante o meu sentido. O que somos? Para onde vamos? Existe alguém além de nós neste universo? Por certo que sim, mas enfim, sou apenas um poeta num insondável mistério de alma e de estrelas. O meu olhar se perde no fundo deste céu noturno. Soturno é o meu sentido, infinito é este momento. Eu só sei que nada sei. E Sócrates, revivido em mim por meus anseios primitivos, me contempla com um ar de professor. 




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