segunda-feira, 16 de junho de 2014

A CRUZ E A ESPADA

Eu sou livre pela palavra. A poesia me liberta a alma e da asas ao meu coração numa propulsão que só aos cometas se compara. Nada me tolhe, nada venda os meus olhos ou prende a minha busca pela razão dos dias. Eu sou um homem de ciência, não de religião. Acredito na imensidão do cosmos e na teoria da relatividade, e só por isso não me convencem divindades ou crenças sem sentido. A religião faz mal ao homem e aos seus ouvidos, impede-o de superar seus horizontes.

Eu sou um poeta, não um tolo. Entendo que a finitude do homem é o seu tesouro, mas sei o quanto é difícil suportar o peso da própria existência. A minha crença está baseada na fé da natureza, nas coisas que se fazem medir, naquilo que se pode tocar. Eu sou o mar e  mesmo assim quando eu não posso explicar, ali é que reside a minha essência. A beleza da poesia e da ciência está em não encontrar a solução, mas em formular a melhor alternativa.

Eu vivo num mundo digital, entre a cruz e a espada. Vejo a vida farta de alguns e a agonia de tantos, mas o mundo sempre foi o que ele é, e isto não é culpa da fé ou dos cristãos, mas sim da natureza humana. Por isso não me repita versículos e capítulos decorados, incompreendidos e mal interpretados para justificar a minha verborragia. Hipocrisia seria culpar pastores e esquecer que o livre arbítrio foi entregue aos homens.
 
Eu sou um poeta, crítico da minha fé. Não existe censura nas rimas do meu poema.  

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