quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O PAPA, A MORTE E A MINHA VIDA MISERÁVEL

O papa é Pop, porque o Pop não poupa ninguém. A morte é a face do medo, o remédio irremediável da existência, e eu sou um poeta miserável, perdido em meio a versos imperfeitos e lacônicos, quase surreais. Eu jamais havia pensado na vida e na morte como nestes dias, no significado de tudo o que nos acontece, nas coisas mais comuns do dia-a-dia. Eu fico pensando nos Caveiras brincando com a vida e nos versos do poeta Carlos Omar Vilela Gomes, e tudo ainda não me faz sentido.

Temos vivido assim por estes dias, pela fé. E em questão de fé, cada um tem a sua. Alguns acreditam na vida, na bíblia, outros acreditam no inferno. Eterno será o dilema humano na busca da explicação de sua existência, dentro ou fora da ciência. Eu acredito nos céus, nos deuses astronautas, e no papa. O papa para mim é um homem santo, manto de pureza e de beleza, e não importa o quanto pese o seu passado. O papa é o seu retrato: um pescador de homens.


O inferno também tem o seu retrato. Nele teve em minha cidade o seu passado, recente, quente como dizem o sê-lo. Mas eu quero agora refazer o meu verso, escrever com a alegria e o coração, dizer o sim mesmo que eu queira dizer não. A razão da vida é uma quimera de perdas, e quem vive muito, perde muito. O segredo de tudo é reencontrar os rumos no meio do caminho, refazer os trilhos e seguir na jornada dos dias e fazer o bem. Porque o Pop, o Pop não poupa ninguém.

Eu espero a fumaça branca do conclave. Ansioso, temerário, com os meus versos todos guardados num armário. Corolário será o meu pranto sobre eles quando a minha fé perder a força. Mas eu acredito no papa, no homem por trás do manto branco. Quando da varanda central da Basílica de São Pedro o protodiácono surgir o meu coração vai serenar.  E eu poderei dizer a todos os que me cercam, outra vez: Habemus Papam.

Mas nestes tempos, sei lá, talvez eu também leve um tiro a queima roupa.
   

 

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