terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

CHAMAMENTO

Eu tenho sede. A minha garganta sente o pó da estrada que me chama, e eu estou como um pé de vento por partir. No ir e vir dos caminhos eu sou a alma fiel do meu coração, e não há razão que me impeça de impetrar esta jornada. Eu avanço com o ar da conquista, intrépido, imponente. Um batalhão que marcha para o seu destino, com o vento na cara e uma lança na mão. Eu estava com saudades.


Eu escuto o chamado da estrada, e o meu coração responde alegre, sorridente. Para frente e sem destino este é o meu caminho, o meu jeito de navegar nas circunstâncias. Agora além daquela que me segue eu tenho um novo companheiro, aventureiro como eu, de olhos vivos e fixos no horizonte. Além da fonte clara está o meu cântaro, seiva do andarilho, bebida que contagia e me traz a adrenalina. Eu não estou mais só.


Caminhamos os três para o litoral de um oceano azul e fervilhante, esculpidor de terra e tempestades. Na bagagem a liberdade de ser livre, de estar vivo, de ser vibrante como o menino que finalmente encontra o mar. É difícil deixar de ouvir o seu chamado, sentir o cheiro da terra que se encharca, encher de ar os pulmões embolorados. Eu outra vez estou na estrada.

Se um dia ainda nesta vida mensageira eu puder escolher qual dimensão seguir, ainda assim eu serei este louco e destemido caminheiro, viageiro, andante e desbravador dos meus caminhos. Eu serei um pirata em caravelas loucas manobrando ao barlavento, na fiel conduta do destino. Eu serei o meu próprio peregrino.

Escuta: a estrada me chama. Já estou indo...\\



( Alex Brondani, em 02/02/ 2016)







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