quarta-feira, 11 de novembro de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE MARTE

Descobriram água em Marte. Nas luas de saturno há a evidência de sua existência, e só na Via Láctea são cem bilhões de estrelas. O conhecimento do homem avança a passos inimagináveis, inolvidavelmente e, às vezes, quase que imprudente. Eu, no entanto, absorvido no meu mundo e aprisionado pelo tempo, alheio aos preceitos da ciência e da razão, vivo e me enredo a cada dia em uma nova descoberta: meu filho.

Eis a sua imagem: olhos azuis como a cor do time que lhe instigo, àquele do meu coração. Olhos vivos e com a sede do conhecimento humano, voraz devorador de imagens e vertigens, absorto em compreender cada sentido. Compreender o seu mundo é o meu sustento, ensinar-lhe tudo o que sei um desafio. Eu improviso.

                               

Talvez um dia ele possa desvendar este universo que se revela agora, talvez para ele Marte seja o seu assunto mais presente. Para mim, no entanto, é algo quase que transcedental. O meu universo se resume a esfera do meu coração, transpassado pela emoção de ser algo que jamais imaginei. Eu sou como uma sonda exploratória.

Sim, eu tenho plena consciência da ciência, o meu pensamento navega na racionalidade humana, e desde Descartes que a teoria do método molda o meu espírito, mas tudo desmorona quando eu fito os olhos deste novo aventureiro, olhos vivos, azuis como a cor mais púrpura do mar, olhos que fitam para conquistar. Eu me descubro em cada dia em um novo universo.

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