quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O RODEIO DAS ALMAS

Eu estivo. Estou lívido, disperso, disfarçado, atrelado às coisas mais comuns do dia a dia, ainda atordoado. Meu coração compassa um marcapasso firme, seguro, revel da condição humana. Nada parece estar fora do lugar, tudo representa a condição comum, e o mundo parece a ilusão de ser igual. Mas nada mais pode ser assim.

Não agora, não mais para mim. Estou me traduzindo, compilando os sentimentos que descubro, sorrindo quando devia chorar, chorando quando devia sorrir, inventando escoras onde eu possa segurar. Meu cais seguro foi lançado ao oceano, onde eu navego em águas turbulentas e desconhecidas. Eu estou me descobrindo em nova condição.

Tu chegastes assim, de sobreaviso. Quando o vimos, tu já estavas ali, quieto e sorrateiro, a espreita de assaltar os nossos sonhos. E, de repente, quando prontos estavam nossos sorrisos, quando ajustados estavam nossos destinos, tu iniciou o sopro da vida, um coração acelerado batendo a 120 batimentos, um turbilhão de sentimentos novos e febris, todos de roldão.

Eu não sei o que dizer desse amor imenso que eu sustento por ti, mas já entendo. Entendo o nó na garganta, a viagem do pensamento nos momentos mais inóspitos, improváveis, todos repousados em ti. Entendo o dia que transformou a minha vida e me fez o homem mais feliz do mundo. Eu entendo, e te espero, e mesmo sem ver-te e conhecer-te eu já te amo com todo o meu amor.

Sejas bem vindo, meu filho.



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