sábado, 22 de novembro de 2014

Poema De amor

Quantico é o meu pensamento. Essência de íons e prótons em desmantelamento, reconstrução em espiral de um orbital desvirtuado, colidido e atrevido. Impedido estive, desterrado em monte extremo, abnegado como àquele que esteve no deserto. O meu verso fervilha em meu  coração e eu não suporto mais a tirania da emoção, da chantagem barata, da casualística indeterminação do ser. Agora eu quero reflorecer.


Nada poderá me impedir. Não lute contra a minha natureza, alie-se se quiser sobreviver. Não tente conter meu pensamento, o impulso de meu descobrimento, nem as coisas naturais que me são puras. Não tente, pois esta é a minha identidade, a minha vertente verdadeira e já tardia: não tentes dominar minha rebeldia.



Este é o meu derradeiro aviso, o improviso de um verbo intransitivo, a imposição do abismo de onde brota toda a minha inquietação. Não mergulhes neste mundo querida, pois ali reside a minha ferida e nele nem você é convidada. Pois eu sou como o trem desgovernado posto no eixo sobre um trilho de gelo. Então não me faças derreter.

Porque quântico é o meu pensamento, essência de colisões e contratempos, itinerário vivo das minhas indagações. Eu estive Impedido em monte extremo, soterrado, posto em baixo de pesado fardo, mas agora estou aqui. Então olhes para mim: o meu verso fervilha no meu peito, eu refloreço pelo teu veneno, e tu és ainda a dona do meu coração.

Mas eu não suporto a tirania da emoção.


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